sexta-feira, 3 de maio de 2013

sopa da sopa: sopa maluca de ervilha e feijão para #QuintaSemLei



Hoje é quinta sem lei.
Abro a geladeira... Tenho uma sopa de ervilhas que fiz ontem e está deliciosa, mas não é suficiente para nós quatro. Tudo bem, posso usá-la como base para uma outra sopa e fazer um pão para acompanhá-la. Tenho rúcula lavada e posso levar uma tapenade preta. Menu resolvido.
Sigo o meu dia, e lá para as cinco horas começo a fazer o pão; faço duas receitas, como de costume,
assim um irá para a minha mãe e o outro será dividido em três partes e congelado. Por volta das oito pego meu pão, ainda quente, embalo-o em um pano de prato e coloco-o embaixo do braço. No outro braço, a sacola com rúcula, tapenade e um punhado de ervas frescas; em uma mão a chave, na outra a coleira do cão, e sigo para a casa da minha mãe.
Chegando lá, abro a geladeira... Aparentemente está tão vazia quanto a minha, mas encontro batatas na gaveta e um pouco de feijão com tomates, que eu havia deixado lá no dia anterior, para a minha mãe jantar. Também tinha deixado uma saladinha de tomate pelado temperado com azeite e alho espremido; aparentemente ninguém nem olhou para a cara desses dois, mas vão cair muito bem no nosso jantar. Fuço mais um pouco e encontro um pote de queijo de cabra em conserva  e uns nacos de grana padano, que havia embrulhado alguns dias atrás.
Essas coisinhas embrulhadinhas que parecem espólio de guerra decorrem de um hábito que adquiri para controlar a comida até na casa dos outros. Depois que janto na casa da minha mãe sempre embalo o que sobrou em porções individuais, porque nem ela nem a minha irmã param em casa, e além disso comem como dois passarinhos. Em resumo, ou elas não tinham nada para comer, ou tinham e a comida acabava estragando na geladeira, porque não era consumida. Resolvi ajudá-las no que posso. Quando sobra pão italiano, por exemplo, embrulho-o de duas em duas fatias em papel alumínio, depois em papel filme, e congelo todos juntos dentro de um saco com fecho tipo zip. Faço o mesmo com o queijo, dividindo-o em porções menores e deixando-o na geladeira. Dessa forma, elas sempre tem queijo e pão para acompanhar as sopas congeladas em canecas, que não por acaso são as que sobram das nossa noitadas. 

 
Dessa forma, quando minha mãe chega à noite do hospital, esgotada e só pensando em ir para cama, pode ter um jantar incrível em poucos minutos; basta colocar a caneca de sopa no microondas, os pães na torradeira e o queijo sobre a mesa. Se a filha tiver sido gente boa, talvez tenha até uma garrafa de vinho na geladeira...

 
 
 
Coloco os ingredientes sobre a pia, corto as batatas e o alho sem muito preciosismo, já que tudo será batido, e começo a preparar a sopa. Aqueço uma panela grande e deixo que as batatas e o alho dourem um pouco, com um fio de azeite; adiciono duas colheradas do feijão, que estava bem saboroso, uma lata de tomate pelado, ramos de tomilho e orégano frescos, a sopa de ervilhas e um pouco de água. Mexo, tampo, deixo ferver, abaixo o fogo e espero até que a batata fique macia. O perfume já se espalha pela casa; abro a tampa para conferir o ponto das batatas, tiro os cabinhos das ervas e bato tudo no liquidificador, adicionando um pouquinho de água. Volto a sopa para a panela, adiciono um pouco de sal e mais um pouco de água, porque ela está bem grossa e eu quero que ainda cozinhe mais um pouco. Ligo o fogo alto e tampo a panela; depois que a sopa ferve, abaixo o fogo para o mínimo e deixo que cozinhe por um bom tempo, até que seu sabor esteja apurado. Se estiver perto da hora de servir e achar que ela está com uma textura mais aguada do que a que gostaria, apenas tiro a tampa e deixo que parte da água evapore; se estiver muito grossa, adiciono um pouco de água, e sempre acerto o sal na hora de servi-la; não tem mistério.


Enquanto a sopa apurava tirei as tralhas de cima da mesa de jantar, organizei toalha, pratos, talheres, taças, guardanapos, colheres para a tapenade e para os tomates, faca e tábua para cortar o pão, levei tudo para a sala e coloquei a mesa. Separei azeite, sal e pimenta; cortei um cheiro verde que encontrei na geladeira e separei o saca rolhas. 

 

A mesa está posta e a sopa está no ponto; falta abrir o vinho e separar algo para a sobremesa. Corto um melão que estava dando sopa na fruteira e pego alguns potes de conserva que minha mãe trouxe de uma viagem ao interior; laranja em calda, doce de leite, cocada e bananada. Temos também as sempre presentes paçoquinhas, que fazem parte da lista de compras da minha mãe, junto com sonho de valsa. Separo os pratos e talheres para a sobremesa e chamo o pessoal para jantar...

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