domingo, 28 de abril de 2013

grão de bico e abóbora assada com cebolas #SeguindoMaisouMenosaReceita



Segunda-feira: deixo o grão de bico de molho.

Terça-feira: coloco o grão de bico em uma panela e completo-a com água, quase até a boca. Acendo o fogo à temperatura máxima, com a tampa fechada.
Abro a geladeira... Tenho uma fatia enorme de abóbora seca gritando e uma abóbora cabochan. Tiro
as duas da geladeira e acendo o forno à temperatura máxima; o coitado é guerreiro, mas anda um pouco cansado com o tempo de serviço árduo.
Volto para a panela. A água já ferveu. Pego uma escumadeira e retiro aquela espuma que se forma na superfície; deixo a tampa semiaberta e abaixo o fogo para que o grão cozinhe.


Abro o livro que está na minha cabeceira, Jerusalem,  procuro por grão de bico; encontro uma receita simples, bem a minha cara: balilah. Grão de bico cozido temperado com cominho e limão,  com ou sem salsinha, uma típica comida de rua palestina servida em um cones feito com jornal. Interessante... Em uma vizinhança de judeus ortodoxos é possível encontrar o mesmo snack, com pimenta do reino no lugar do cominho, chamado arbes, acrescenta o autor.

Volto ao índice e procuro por abóbora. Uma foto delas assadas com cebola roxa me parece ótima.
Volto para a cozinha e me lembro que tenho arroz com lentilha e quinoa no congelador; tiro o pote e deixo-o sobre  pia. Pico a abóbora seca, de aproximadamente 1kg; passo a tábua para o lado e alcanço uma assadeira média.

A receita pede abóbora com cebola roxa, advertindo que esta pode ficar pronta antes da abóbora e ter de ser tirada antes.  Como sou subversiva, no lugar de tirá-la antes, vou colocar a cebola depois. Pego metade de uma cabeça de alho e estoco os seis dentes com uma faca de ponta. Azeite, sal, folhas de tomilho e orégano frescos e forno. 


Destampo a panela para olhar o grão de bico; pego uma colher, mexo e provo um grão; está quase pronto, só precisa ficar um pouco mais macio. Deixo a panela semitampada e vou mexer com a cabochan. Corto-a ao meio, cubro as duas metades com papel alumínio e levo ambas ao forno.
Volto para o livro, porque já não me lembro de mais nada.


Ah, sim, abóbora assada com cebola roxa, servida com um molho a base de tahini, azeite, água, sal, alho e limão, e salpicada com zaatar. Tudo está a caminho, só falta o molho, que posso preparar agora. Ainda tem o grão de bico. Vou para a comida de rua, balilah:  grão de bico cozido, salsinha, cebolinha, limão, azeite, cominho moído, sal e pimenta do reino. Volto para o grão de bico. Ele está macio e quase pronto, então tampo a panela e desligo o fogo. Abro a porta do forno, as abóboras do forno ainda estão devagar. Vou fazer o molho.

Pego os ingredientes e resisto a fazer tudo da minha cabeça; não custa testar uma nova proporção. 3 colheres e meia de sopa de tahini, 1/2 colher de sopa de limão, 2 colheres de sopa água, 1 dente de alho pequeno e 1/4 de colher se chá de sal. Dobrei a receita, colocando tudo dentro de um pote de vidro que tem tampa, e acabei com um molho muito grosso. O autor fala que pode-se adicionar mais água ou tahini para alcançar uma textura de mel. O molho que faço sempre é tão diferente; coloco azeite e muito mais limão. Continue, Sabrina... Provo o molho e adiciono mais água, até que se pareça mais com um molho e menos com uma pasta. Tampo o vidro e o sacudo bem. Provo: sabor forte, bom. E então me dou conta de que não se trata de um molho à base de tahini, mas de um molho de tahini.


Tampo e deixo o molho de lado.
Dou um tapa na louça sobre a pia e coloco a mesa.
Abro o forno e vejo que as abóboras ainda nem começaram a ficar douradas, apesar de já estarem macias. O coitado do forno está realmente cansado, terei de apelar para o grill. A cabochan terá de terminar de assar depois; elas saem do forno e a assadeira da receita vai para o andar de cima. Ligo o grill, que sempre funciona muito bem, ainda mais quando o forno já esta aquecido. Acho que já posso cortar as 4 cebolas que separei, primeiro ao meio e cada metade em 5 fatias, no sentido do comprimento. Abro o forno, tiro a assadeira, coloco as cebolas sobre a abóbora e mexo tudo com cuidado; as tiras já estão bastante macias. Vou fazer o prato de grão de bico, isso aqui já está levando mais tempo do que eu previ.

Com uma escumadeira, vou retirando o o grão de bico; pego meu medidor e descubro que cada escumadeira grande cheia equivale a quase uma xícara de grão cozido. Meço três xícaras direto para um pote de vidro grande. A receita pede salsinha, muita salsinha, 3 xícaras de salsinha, e eu não tenho nem um raminho dela... Paciência, tomilho vai cair bem, junto com algumas cebolinhas. Três colheres de sopa de azeite; a receita pede mais, mas assim já esta bom; ainda tem o molho de tahine, que pela cara vai ser comido com todo o resto. Aproveito para dar uma olhada na abóbora; ela esta ficando bonita, só mais alguns minutos. Volto para o grão de bico; cominho em pó sozinho eu não tenho, então pego meu moedor com sementes de cominho, coentro e feno grego torradas e môo uma boa quantidade sobre os grãos, até que fiquem bem temperados. Uma pitada de sal, pimenta. O limão da receita é cortado de uma forma delicada; primeiro tira-se a casca, depois as partes bancas e então cortam-se os gomos em cubos. Tem 3/4 de do limão que sobrou do molho sobre a pia; a quem eu quero enganar. Espremo o limão sem peneirá-lo, deixando os gomos irem para s receita. Vou ver a abóbora, que esta cheirando muito bem; a parte de cima está dourada, então mexo devagar, com uma espátula, tentando virar a parte de cima das tiras para baixo, sem grande sucesso. Ok, vou aquecer o arroz. Seis colheres de sopa na minha pequena frigideira, com um pouco de água, à fogo médio.
Provo o grão de bico, coloco mais uma pitadinha de sal. Já está tudo tão bonito, mas falta algo... Tenho rúcula e tomate lavados, vou montar uma salada com ambos, coloco três colheres de sopa do grão de bico por cima e está pronto. Monto a salada em dois potes e já deixo-os na mesa.
O arroz já aqueceu; metade para cada um. Levo o molho para a mesa e vou pegar a abóbora. Que perfume...

 
Tudo pronto. Azeite sobre a salada. Abóbora no prato, molho por cima e zaatar para finalizar. Troco o grill pelo fogo alto e volto as cabochan para assarem no forno. Abro uma cerveja e vou almoçar.

 

Tudo maravilhoso. O molho que costumo fazer, com azeite quantidades maiores de limão e alho é viciante, mas muito forte; iria matar esse prato. Mais incrível do que com a abóbora foi ele com o arroz, vou fazê-lo sempre!

Abro a geladeira, pego um pouco de purê de abóbora e coloco para aquecer uma pequena porção, para o cão; enquanto isso, guardo os grãos de bico que sobraram na panela em potes de vidro com tampa, para congelar. Aproveito a água dos grãos, que ainda esta quente, para amolecer o que ficou grudado na assadeira da abóbora com cebola.


Coloco a louca suja na maquina, lavo a panela dos grãos, as frigideiras e a assadeira.
Coloco um pouco de água para aquecer, pego a french press e o pó de café. Quando a água esta quase fervendo, naquele momento em que bolhas se formam nas laterais e a água faz barulho quando movimentada, despejo-a sobre o pó, mexo e aperto o botão cronômetro, programado especialmente ara o café: três minutos. Procuro por uma fruta e separo as xícaras.


Acho que já terminei tudo. Quase me esqueço das cabochan no forno...

Quarta-feira: repeteco do almoço de ontem aquecido no forno, para compensar a trabalheira do dia anterior; pena ter feito só um quilo de abóbora com cebola, tudo ficou ainda melhor no dia seguinte, e ainda tinha bastante molho.

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