domingo, 28 de abril de 2013

Bolo dos sete copos #Organização

 

Acendo o forno a temperatura mínima; o bom do meu bravo forno cansado é que os bolos sempre ficam maravilhosos...

Olho para a sala: tenho bananas não muito maduras e não estou a fim de descascar maçã. Separo as três bananas mais maduras e deixo-as de lado. Abro a geladeira, tiro três ovos e um vidro de leite de coco. Abro a despensa e pego três grandes tapowares. De fato, separar os saquinhos que se espalhavam pelo armário nessas tapowares que fecham bem colocou fim naquela sujeirada nas prateleiras e na desorganização. Um para farinhas, outro para açúcares e outro para chocolate e cacau. Abro outro armário para escolher algumas especiarias; esse costumava ser outro ponto de sujeira, desorganização e momentos de stresse. Uma coisa simples como separar em um pequeno organizador os quatro temperos que mais uso:  canela para colocar sobre a banana, favas de caramono para o café, orégano para os sanduíches e um mix de sementes de cominho, coentro e feno grego já torradas, para quando estiver cozinhando e me deparar com o moedor vazio. Para as mil outras tranqueiras, que costumo guardar em pores de vidro, um organizador grande.
 

Já peguei farinha e açúcar, especiarias, ovos e leite de coco. Falta laranja e óleo. E o fermento; abro novamente a geladeira. Abro o armário que fica embaixo da pia e pego minhas seis forminhas prediletas; tenho de untá-las. Não quero mexer com óleo de coco, vai um fio de óleo mesmo. Espalho bem, usando os dedos. Lavo as mãos e pego um pouco se farinha... Coisa chata!

Duas tigelas grandes, uma peneira grande e uma pequena, dois garfos, uma colher grande e meu copo de iogurte, que serve como medida. Peneira grande sobre a tigela. Três medidas de farinha. Tenho de usar um pouco de farinha de aveia e de centeio, que estão abertas. Um copo de farinha de trigo integral para a peneira. Outro copo de farinha de rigo para a peneira. Mais um copo, mas agora coloco farinha de trigo apenas até completar 1\3; completo o resto desse terceiro copo com farinha de aveia, deixando dois dedos finais para um pouco se farinha de centeio, que sempre dá um sabor a mais. Sacudo a peneira até a parte mais fina da farinha passar e giro-a para baixo, para que as fibras que não passaram pela tela vão para a tigela. Agora o açúcar. Dois copos. Meço o primeiro com açúcar mascavo, apertando-o. Sacudo a peneira e jogo na tigela os torrõezinhos que ficaram na tela. Coloco a peneira de lado e procuro o demerara. Está no armário, em um vidro, com uma fava de baunilha. Um copo do demerara, sem peneirar, e uma colher de sopa de fermento; uso a própria tampinha vermelha como medida. Duas pitadas generosas de canela e uma mais delicada de cravo. Viro o pote de gengibre em pó e bato no seu traseiro, mas só cai uma poeira dourada. Vamos sobreviver. Vou até o balcão e coloco mais um item na lista de compras.

Agora os líquidos. Quebro os três ovos na outra tigela e bato-os por alguns segundos. Pego o copo e meço o óleo. Repasso a receita mentalmente, são três ovos, uma colher de sopa de fermento e sete copos: 3 de farinha, 2 de açúcar, 1 de óleo e outro de liquido. É isso. Pego o copo e coloco quatro dedos de leite de coco; completo o resto da medida com suco de uma laranja. Que saudades das laranjas orgânicas; como era bom poder raspar a casca antes de tirar seu suco; intensidade pura... Corto a laranja em quatro e espremo-a direto para dentro da tigela, usando a peneira para segurar as sementes. O leite de coco também entra. Mexo tudo. Só falta a banana; tiro as cascas e jogo-as no lixo. Amasso as três em um prato, polvilho-as com uma pitada de canela, lavo as mãos, pego dois punhados se chocolate e colo-os sobre a mistura.


Volto para a tigela os líquidos e mexo mais um pouco, para que fique homogêneo. Viro a tigela dos secos sobre a dos líquidos e mexo com cuidado, apenas o suficiente para garantir que esteja bem misturado. Adiciono a mistura de banana e chocolate à massa, misturo tudo pela última vez,  distribuo-a nas formas e levo-as para o forno.


Giro o timer para uma hora.
Lavo a louça e aproveito para organizar as tapowares antes de guardá-las no armário.


Esse forno é maluco, não serve de parâmetro para ninguém, mas os bolos ficam dourados por fora e fofos por dentro; perfeitos! Tiro-os de lá e deixo que esfriem um pouco para que desenformem melhor. Vou até o quarto e separo algumas bebidas; tive uma ideia maluca! No lugar de regar todos os bolinhos com rum, como de costume, cada um será único: rum, bourbon, cachaça prata e dourada, marsala seca e doce. 


Desenformo os bolinhos com cuidado; uma colher de sopa de bebida para cada um estaria de bom tamanho, mas prefiro exagerar e colocar duas. Depois de um tempo polvilho cacau por cima deles, com a ajuda de uma peneira pequena. Já esfriaram, posso embrulhar e etiquetar, um por um. Eles ficarão fora da geladeira por um ou dois dias; o de bourbon vai para o congelador, os demais, para a geladeira, sempre dentro de um saco plástico com fecho, para que fiquem curando, e para que durem até o fim do mundo...

Um comentário:

  1. Parecem maravilhosos.não imagino o sabor com as bebidas mas vale a pena testar!

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